Lançamentos de Livros no SAD 2017
(...) Há pelo menos dois sentidos em que o pós-digital pode ser compreendido. De um lado, tomando-se o prefixo "pós" no seu significado temporal, "depois de", o pós-digital estaria se referindo a tudo que veio depois da instalação crescente e cada vez mais fina do algoritmos computacionais em todas as atividades humanas. Esse é um sentido neutro , puramente cronológico. De outro lado há o sentido crítico: há que se passar a limpo os ganhos e perdas. Eis o que se quer significar pelo "pós-digital". Foi-se o tempo das euforias, aliás, devidamente acompanhadas pelas disforias que, nos seus extremos, preconizavam nostalgicamente o apocalipse. Felizmente, dissipou-se esse tempo de extremismos com respeito ao digital. Agora é hora de enfrentar suas ambivalências, paradoxos e contradições. É justamente isso que tem sido chamado de "pós-digital". (...) Nesse contexto, o livro que aqui se apresenta, sob o título de Configurações do pós-digital: arte e cultura tecnológicas, comparece como um panorama caleidoscópico de inestimável valor para todos os leitores que queiram se inteirar das condições da produção artística atual sob a égide dos recursos tecnológicos de que o artista se apropria em função da potência criadora que oferecem. O livro contém uma miríade de perspectivas, finas subdivisões prismáticas da arte tecnológica nas suas feições digitais com detalhes específicos da produção que faz uso de dispositivos e recursos de última geração, tais como câmeras kinect, multinteratividade, ciberintervenções, realidade mista e aumentada, modelagem tridimensional, ambientes programáveis, algoritmos complexos, capacetes neurais etc. De outro o lado, o livro é pontilhado de ensaios teóricos e críticos nos quais as novas condições do museu, dos livros de artistas,das artes híbridas, da autoria, dos festivais de arte digital, da cinematografia em versão digital e, last but not least, da materialidade geofísica e geoquímica das mídias são repensadas e enfrentadas à luz dos desafios mais atuais. (...) do prefácio de Lucia Santaella. |
(...) A presente publicação é uma reunião de artigos oriundos de algumas das comunicações que fizeram parte da primeira edição do Design+, evento realizado pelo Grupo de Pesquisa Design, Ciência e Tecnologia UFSM/Cnpq e promovido pelo Departamento de Desenho Industrial da UFSM. Cabe registrar aqui o início da história desse evento que tem na transdiciplinaridade seu foco. Nos dias 20, 21 e 22 de junho de 2016, realizamos a primeira edição do Design+, com o tema: arte|ciência|tecnologia. O evento aconteceu entre o auditório do Anexo C do CT (Centro de Tecnologia), o prédio 40 CAL e o Planetário, nas dependências da UFSM. Palestras e Mesas redondas aconteceram no Anexo C do CT e versavam sobre as relações entre Design, arte, ciência e tecnologia, oportunizando trocas entre professores do Desenho Industrial, Eletrônica e Computação, Artes Visuais, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Ciências Sociais, integrando-se com outras instituições nacionais e internacionais. A organização do evento é uma parceria com a UEMG e o SAD (Seminário de Artes Digitais), mas em 2016 manteve um foco conectivo com a UFRGS, e, internacionalmente, com a ESAT (Escola Superior de Arte e Tecnologia de Valência). Profissionais atuantes no mercado ainda contavam suas experiências. (...) (...)Em Design+ arte, ciência e tecnologia: conexões teórico-práticas, há uma ampliação das discussões geradas a partir desse evento. (...) da introdução de Débora Aita Gasparetto. |
"MENTIRA DE ARTISTA: arte (e tecnologia) que nos engana para repensarmos o mundo" de Fabio Oliveira Nunes (Fabio FON) aborda um universo de obras de arte contemporânea que se passam por aquilo que elas não são. Aqui, os artistas recorrem a formas que visam despistar a real natureza de suas proposições inserindo-as como parte de um contexto: podem fazer uso de personas (assume-se uma existência alternativa), criar instituições fictícias (como empresas, por exemplo), gerar situações ambíguas ou lançarem-se em outras práticas que, em regra, acontecem fora dos ambientes habituais das artes. Estas práticas dialogam com uma “cultura do fake”, que remonta aos pseudônimos de criadores de várias épocas e a situações que explicitam nossa capacidade de validar o que é ficção e realidade no mundo atual. Desta forma, busca-se notar a disposição sistêmica destas ações nos ambientes que elegem. Isso nos permite discorrer sobre a ideia de contexto na arte e seus desdobramentos relacionais. Parte-se da premissa que estas ações artísticas propiciam um olhar crítico sobre os ecossistemas que elegem nos fazendo repensar o mundo em que vivemos. Além disso, são disparadoras de uma nova atenção, na tentativa de atingir o domínio das micropolíticas, das dimensões tecnorelacionais, do diálogo social das intersecções entre arte e tecnologia; constituem-se especialmente em formas emergentes resultantes das contaminações entre arte, comunicação e tecnologia e da relativização dos limites entre os ambientes da arte e da vida. A partir do desenvolvimento destes pontos de reflexão busca-se realizar um mapeamento de obras de artistas contemporâneos estrangeiros e brasileiros em uma gama de meios e contextos. O livro conta com o prefácio do Prof. Dr. Miguel Gally (Universidade de Brasília) e texto de orelha do Prof. Dr. Milton Sogabe (Universidade Estadual Paulista). Cosmogonias Elétricas, 2016. ISBN: 978-85-921323-0-9 |